Matança típica de Guijuelo: Sua majestade, o porco ibérico
No inverno, quando os rigores climáticos são mais extremos, tem lugar um dos rituais mais arraigados na tradição salmantina: a matança do porco. Este acontecimento marcou, durante anos, o ritmo da economia familiar, uma vez que este animal era a fonte de subsistência das famílias e seus criados ao longo do ano.
Para reconhecer a importância desta herança e a excelente qualidade das matérias-primas desta província, surgiu, há vários anos, a feliz ideia de recuperar o ritual e celebrar as Jornadas da Matança.
Guijuelo foi a primeira localidade que se lançou nesta aventura. Assim, durante alguns fins de semana de Janeiro e Fevereiro recria-se a morte, o desmanche e a transformação do porco. Habitantes da zona e convidados de renome, os “matanceiros de honra”, partilham a alegria desta celebração.
O êxito incial consolidou-se, tal como o demonstra a sua declaração como festa de interesse regional. Outras localidades inspiraram-se no evento e também celebram a sua festa da matança. Para garantir a difusão desta celebração e do seu valor etnográfico, elaborou-se um circuito de celebrações, de Dezembro a Março, que une tradição e gastronomia. Realiza-se em 25 municípios da província, sendo que cada um oferece um modo diferente e particular de comemoração desta tradição salmantina que tem como protagonista o porco, ao redor do qual existe uma grande indústria transformadora na província.
Pela mão de um mestre de cerimónias, podemos contemplar as tarefas caraterísticas da matança, a seleção de carnes, a preparação e elaboração de enchidos, assim como testemunhar a indumentária e os utensílios tradicionais utilizados neste ritual que passou de geração em geração. Adicionalmente, oferecem-se degustações dos produtos derivados desta tradição, assim como doces locais da província de Salamanca, como as “perrunillas”, uma espécie de bolachas feitas à base de manteiga, farinha e amêndoas.