Cemitério de Arte
O Cemitério de Arte de Morille surge, em 2005, com a iniciativa dos artistas Domingo Sánchez Blanco e o falecido Javier Utray.
O propósito básico desta original iniciativa é o soterramento de peças de reconhecido valor artístico e/ou vinculadas diretamente ao âmbito da arte de vanguarda, partindo da ideia que o próprio soterramento não é mais importante que o processo de enterrar.
Estamos perante uma proposta ambígua, complexa e plural: para uns, trata-se de um “depósito permanente de arte”; para outros, de um “museu-mausoléu”, de um “centro de arte subterrânea” e também de um “museu côncavo”. A variedade de perspetivas insere o Cemitério de Arte de Morille na encruzilhada da discussão sobre a essência da criação artística (a sua natureza e função social, entre outras considerações), não exenta de uma evidente dimensão crítica sobre os fundamentos da atividade museística atual.
Participaram neste projeto artistas reconhecidos, como Fernando Arrabal, Isidoro Valcárcel Medina, Germán Coppini ou José Luis Coomonte. Das performances e instalações mais notórias, cabe destacar o enterro das cinzas do filósofo Pierre Klossovski, concebido por Domingo Sánchez Blanco, e o enterro de um Pontiac Grand Prix, um projeto de Javier Utray.